UFPR e Escola Latinoamericana de Agroecologia formam 1ª turma de Licenciatura em Educação

Estudantes de cinco estados brasileiros se formaram nesta terça-feira (12), na Lapa.

Por: Antônio Kanova.
Foto: Wellington Lenon.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) se pintou de povo. Uma conquista de trabalhadores e trabalhadoras que lutaram coletivamente por uma educação do campo, que sempre tiveram o direito ao acesso a universidade historicamente negado, e que agora tornam-se educadores e educadoras do campo.

Nesta terça (12), aconteceu no Casarão histórico do assentamento Contestado, na Lapa (PR), a formatura da primeira turma de Licenciatura em Educação do Campo Ciências da Natureza e agroecologia, com parceria entre a UFPR Setor Litoral e a Escola Latinoamericana de Agroecologia (ELAA) – localizada no assentamento.

O curso iniciou em 2014, com o objetivo de formar educadores e educadoras para as áreas de assentamento e comunidades camponesas. São 19 formandos e formandas, oriundos de cinco estados brasileiros, que através da pedagogia da alternância puderam realizar uma formação de nível superior. A metodologia consiste em organizar o ensino em “tempo escola” e “tempo comunidade”, para combinar diferentes experiências formativas no local de estudo e também na comunidade dos educandos.

Este curso é um marco importante na história da educação do campo, sendo a primeira turma ofertado pela UFPR, Setor Litoral. O curso é fruto da luta da Articulação Paranaense por uma Educação do Campo, que reúne Movimentos sociais, universidade, sindicatos e entidade rurais com o objetivo de construir ações coletivas contra o fechamento de escola do campo e na construção de ações de formação e organização de escola do campo.

“A formatura foi o momento de colher os frutos plantados, nessa disputa constante de uma universidade popular e por uma educação do campo. A licenciatura vai além de formar educadores e educadoras, mas cumpre o momento de partilha do conhecimento científico camponês nessa batalha do conhecimento., afirmou Simone Resende, coordenadora pedagógica da ELAA”.

A universidade sempre foi um espaço de disputa de projeto, nesse momento formar educadores populares que fincam dentro da universidade um conhecimento científico camponês. “O curso trouxe para a realidade os desafios e as potencialidade que eu, como educador de escola itinerante, vinha enfrentando no cotidiano de sala de aula”, explica o formando e educador Vinicius Oliveira.

Esta licenciatura cumpriu um papel importante de formar pessoas que venham de áreas de assentamento, comunidades camponesas, faxinais e atingidos por barragens, e que depois de formados vão atuar nas escolas do campo.

O ato cerimonial de formatura contou com a participação do diretor da UFPR Setor litoral, Renato Bochicchio, lideranças dos Movimentos Sociais e familiares dos formandos.

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