Crianças camponesas praticam manejo do solo e plantio diversificado em Oficina de Jardim Agroflorestal

As agrofloresteiras Priscila Facina Monnerat e Karol Dias ministraram na última sexta-feira, 20 de outubro, a Oficina de Jardim Agroflorestal, parte da programação do II Encontro das Escolas do Campo da Lapa e I Encontro Regional dos Sem Terrinha, que aconteceu no Assentamento Contestado, município da Lapa.

A Oficina, que já foi realizada no I Encontro em 2015, reuniu 15 crianças e trabalhou os princípios agroflorestais trazidos para o espaço do jardim “essa coisa de como é que a gente enxerga o solo e trata ele como um ser vivo que precisa de cuidado, que tem que ter alimento, as plantas que a gente escolhe pensando na nutrição do solo, a mistura de diversas plantas com diferentes finalidades, como se combina isso, os extratos e a sucessão” explica Priscila sobre o conteúdo compartilhado com os/as pequenos/as camponeses/as.

O espaço aonde aconteceu a oficina é um jardim nos arredores da Escola Municipal e Estadual do Contestado, era um local de terra muito degradada que passou por algumas tentativas de jardinagem infrutíferas. Com a agrofloresta foi possível recuperar o solo e estabelecer o jardim “acho que foi muito legal para comunidade toda e pra escola, ver que é possível recuperar uma área e ainda transformar em um jardim com agrofloresta e outra coisa interessante é plantar coisas que geralmente não são plantadas num jardim, verduras, legumes, eucalipto, banana” coloca a companheira que participou das duas edições da oficina, a primeira em 2015 e agora em 2017 e pôde observar a transformação que ocorreu no local. Em um primeiro momento a escolha das plantas, incomuns para a jardinagem, causou estranhamento, mas com o passar do tempo e o resultado positivo a aceitação foi ótima e o próprio coletivo da escola demandou a repetição da oficina de jardinagem agroflorestal.

Foto – Coletivo de Comunicação da ELAA

Durante a oficina, as crianças colocaram o que entendem por jardim, como são os jardins de suas casas e foram apresentadas a esse manejo diferente, que traz resultados tão satisfatórios. Praticaram a poda, a capina e o plantio de diversos vegetais: verduras, legumes, milho, girassol, plantas medicinais, aromáticas e mudas de laranjeira. O solo já se apresentava muito melhor do que há dois anos atrás, bem macio e com muitas minhocas e outros pequenos seres vivos.

Ao final, as crianças estavam a tal ponto envolvidas, que mesmo depois do encerramento da oficina retornaram ao local pra acompanhar o trabalho das oficineiras, que estavam finalizando o manejo. A agrofloresta é uma técnica que tem um grande potencial produtivo combinado a recuperação de solos e promoção da biodiversidade, transmitir esse conhecimento as crianças camponesas é como plantar sementes que vão garantir o mantenimento da vida no campo em todas as suas formas.

Foto – Carlos Mazetto

Texto – Laís Rossatto

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